sábado, 19 de março de 2011

DESASTRES: Onde estava Deus?


Essa foi a capciosa e irônica pergunta de um repórter, à filha de Billy Graham – Anne Graham – logo após a tragédia ocorrida no World Trade Center em New York: “Onde estava Deus quando tudo isso aconteceu”?
A resposta foi: “Onde estava Deus, antes que isso acontecesse”?
Isso me faz recordar outro fato.
Quando Copérnico elaborou a teoria heliocêntrica, e “tirou a terra do centro do universo”, foi questionado pelo rei: “Onde fica Deus nisso tudo”?
A resposta foi: “Majestade, não preciso de Deus em minha teoria”.
Perfeito!
Ele não afirmou que “Deus não existia” ou que o universo pudesse subsistir sem ele, mas que podia explicar os fatos racionalmente, sem “usar Deus” para justificar as coisas.
Quem procura ter uma visão global da situação religiosa do mundo, vai chegar à triste constatação de que “Deus se tornou irrelevante” para o homem moderno, que a sociedade atual não julga necessitar mais dele em seus planos e na condução dos acontecimentos.
Para quem vive em ambientes religiosos, ou em um país como o Brasil, onde a religião ainda parece ter um papel decisivo nos acontecimentos do dia a dia, a afirmação supra-citada pode parecer temerária ou irreal, mas, quem conhece o que está acontecendo mundo afora, ou já pôde ter contatos com outras culturas, sabe que minha afirmação infelizmente é real.
A fé em Deus “morreu” nos Estados Unidos e Europa – e refiro-me às convicções herdadas do judaísmo e cristianismo – e onde ela parece subsistir (como no Brasil), nem de longe mantêm semelhança com os antigos modelos de crenças cristãs.
Não vou entrar nas ideologias relacionadas a Islamismo, Budismo ou Hinduísmo, porque a postura dessas nações com relação à intolerância e fanatismo são a prova evidente de que seus sistemas de crença são falidos!
No caso ocidental, a sociedade moderna segue vivendo atolada no secularismo e a fé em Deus foi transformada em algo como uma jóia ou adereço usado em festas ou ocasiões especiais, sem qualquer serventia no dia-a-dia.
A fé degenerou em algum amuleto supersticioso e crê em Deus é como uma espécie de “air bag”, no qual só desejamos ter, para aqueles momentos de desastres ou para situações nas quais nos for útil.
Por onde ele anda em nosso viver diário? Temos deveres para com o tipo de fé que professamos? Temos satisfações a dar a alguma divindade superior na qual afirmamos crer? O que ele espera que façamos? Quais as prioridades em nossa vida? Teremos de algum dia prestar contas pelo modo de vida que vivemos?
A maioria da humanidade talvez afirme teoricamente – sim – mas a realidade, o modo que vivemos afirma que – não!
Decidimos que esse é nosso mundo, já comemos da “Árvore do Conhecimento” e podemos cuidar dos nossos próprios negócios.
Chego a admirar os que assumem essa postura e têm coragem suficiente para admitir tal fato.
O que gera em mim ojeriza é justamente a atitude de religiosos que vivem a vida como se Deus não existisse, buscando-o somente nas horas de crise e acidentes ou “cobrando explicações nas catástrofes”!
Prefiro então interpretar as palavras de Copérnico do seguinte modo: Deus não pode ser reduzido a uma simples teoria para tapar buracos!

Darckson Lira.

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